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Freud e a Psicanálise

Psicologia da Educação I
Seminário - Freud e a Psicanálise: uma ligação indissolúvel...
Curso de Pedagogia – 1º Período
Professora – Nivya Valente
Equipe:
Keitiane de Sales Rocha – Relatora
Vanessa Gadelha dos Santos – Comentadora
Renata Braga Gonçalves
Mônica Barbosa Lesco – Relatora
Raimunda Oliveira – Relatora
Geralda Célia Barbosa
Mauro de Oliveira Miranda – Organizador

Sigmund Freud

Freud também conhecido como filósofo da cultura,(1856-1939) formou-se em medicina na universidade de Viena e especializou-se no ramo da psiquiatria.
Em 1878, conheceu o Dr. Joseph Breuer, seu amigo e incentivador das primeiras pesquisas no campo da Psicanálise.
Em 1880, Breuer iniciou o tratamento de Anna O, com hipnose,no qual dois anos após o início o abandonou, porém, Freud dá continuidade, pois se interessava profundamente pela histeria e sua riqueza de sintomas.
Freud passou a elaborar modelos interpretativos, a teorizar, a partir da relação entre ele e os pacientes. Contribuição importantíssima à ciência e educação, pois o enfoque clínico tem sido utilizado no trabalho de capacitação de professores.
Em 1885, segue para Paris, onde consegue uma bolsa de estudos e faz estágio, com o neurologista Jean Charcot, sobre as diferentes manifestações da histeria e efeitos do tratamento hipnótico.
Freud tratava os processos misteriosos do psiquismo humano, as fantasias, os sonhos, o esquecimento, a interioridade do homem, como problemas científicos, levando-o à criação da Psicanálise.

A Psicanálise

A psicanálise surgiu na década de 1890, com Sigmund Freud, um médico interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos ou histéricos. Conversando com os pacientes, Freud acreditava que seus problemas se originaram da inaceitação cultural, sendo assim reprimidos seus desejos inconscientes e suas fantasias de natureza sexual. Desde Freud, a psicanálise se desenvolveu de muitas maneiras e, atualmente, há diversas escolas.
A psicanálise estuda os processos misteriosos do psiquismo humano, ou seja,as fantasias humanas,seus traumas, sonhos e esquecimento.
As formas utilizadas no estudo da psicanálise são as análises, a busca do conhecimento ou a cura através dele.
A psicanálise como método de investigação caracteriza-se pela busca do significado oculto daquilo que é manifesto pelas ações e palavras ou produções imaginárias como, os sonhos, os delírios ou atos falhos.
Podemos utilizar a psicanálise na aprendizagem, na cura de fobias e traumas, medos, e problemas transderivacionais do cérebro.

O Inconsciente

O inconsciente significa tudo que foi reprimido da consciência, e precisa de sonhos, imagens, subtítulos, lapsos, atos falhos para manifestar-se.
Os conteúdos psíquicos localizados no inconsciente são:
Resistência que é a força psíquica que se opunha a revelar um pensamento.
Repressão é o processo psíquico que faz desaparecer da consciência uma idéia desagradável.
Segundo Freud, o sonho revela como funciona o psiquismo humano. É uma formação do inconsciente que está diretamente ligada ao desejo.
A interpretação dos sonhos é a via de acesso ao conhecimento inconsciente.



Estrutura do aparelho psíquico

Inconsciente ou subconsciente - é o conjunto dos conteúdos não presentes na consciência.
Pré-consciente - é o sistema onde permanecem os conteúdos acessíveis à consciência.
Consciente - é o sistema que recebe simultaneamente informações do exterior e interior.

Teoria da personalidade

O id - é regido pelo princípio do prazer.
O ego - é o equilíbrio entre o id e o superego, é regido pelo princípio da realidade.
Suas funções básicas são a percepção, a memória, os sentimentos e o pensamento.
O superego - é regido pela razão e origina-se no complexo de Édipo.
São processos psíquicos que afastam os eventos geradores de angústia e de sofrimento.
São realizados pelo ego e são inconsciente.
Estes mecanismos são:
Sublimação;
Repressão;
A Racionalização;
A Projeção;
Deslocamento;
A Identificação;
A Regressão;
O Isolamento;
Formação Reativa;
A Substituição;
A Fantasia;
A Compensação;
Expiação;
Negação;
Introjeção.

A Sexualidade Infantil

Até o final do século passado havia a noção de que o sexo era um instinto que despertava com a puberdade e tinha como objetivo a reprodução. O sexo era entendido em termos da sexualidade genital do adulto. A sexualidade infantil era negada ou considerada como anomalia.
No início do século, as postulações revolucionárias de Freud situam a sexualidade na infância e no inconsciente, ampliando o conceito do termo “sexual”, que deixa de ser sinônimo de “genital”. Essa visão ampliada foi exposta em 1905 nos “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”. O termo “sexual”, aparece ligado a um conjunto de atividades não restritas aos órgãos genitais, que começa na infância e não na puberdade, e cuja finalidade é o prazer e não apenas a reprodução. Essas postulações de Freud suscitaram naturalmente numerosas discussões que foram permitindo uma visão nova sobre a sexualidade humana, que começou a ser vista com menos preconceito.
O conceito de normalidade sexual tende a ser considerado como tudo o que é praticado por adultos legalmente capazes, com o consentimento dos parceiros e que não implique lesão física de nenhum dos participantes.
Na experiência e na teoria psicanalíticas, “sexualidade” não designa apenas as atividades e o prazer que dependem do funcionamento do aparelho genital, mas toda uma série de excitações e de atividades presentes desde a infância que proporcionam um prazer irredutível à satisfação de uma necessidade fisiológica fundamental (respiração, fome, função de excreção, etc.), e que se encontram a título de componentes na chamada forma normal do amor sexual.
Fase Oral.
É o estado oral (mas corretamente intestinal) de organização da libido. A criança na fase fetal já desenvolve o instinto da sucção. O bebê, logo após seu nascimento, acha prazer na sucção do seio materno e no vazio que sente quando retira a boca do seio. Seu gozo é inconsciente, agarrando-se ao seio materno com satisfação, olhando para os olhos da mãe durante este momento, tendo o fator alimentar se estabelecido como desejo secundário. A criança chupa tudo o que encontra, os dedos, lápis, só pelo prazer da sucção
Fase Anal.
A análise das neuroses obsessivas permitiu a Freud inserir entre os períodos oral e fálico outro nível organizacional da libido, a saber, o nível sádico-anal. Embora o prazer anal se ache presente desde o início da vida, é no segundo ano que a zona erógena anal parece tornar-se o executivo principal de toda excitação, a qual, então onde quer que se origine, tende a descarregar-se pela defecação
Fase Fálica.
Ao concluir-se a sexualidade infantil, está realizada na concentração genital de toda excitação sexual; o interesse pelos genitais e pela masturbação alcança significação dominante; chega a aparecer uma espécie de orgasmo genital. Foi esta fase que Freud chamou organização genital infantil, ou fase fálica.
É a fase precursora da forma final assumida pela vida sexual e que muito se assemelha a ela, que se dá por volta do quarto ano de vida. Nesta fase a criança descobre o prazer na região genital, seja pelo contato do vento, ou da mão de quem realiza sua higiene, ainda que inconsciente. Assim, os garotos passam a pegar com mais freqüência no o pênis e as garotas no clitóris, daí o termo “fálico”.
Fase Genital.
É quando o objetivo de erotização ou do desejo não está mais no próprio corpo, mas em um objeto externo ao indivíduo – o outro.

Uso da Psicanálise na Pedagogia:

A psicanálise explica que as pessoas com que a criança passa a conviver fora do círculo abrangido pelo pai, mãe, babá, irmão ou irmã passarão a exercer um papel de figuras substitutas desses primeiros objetos de seus sentimentos, tornando-se imagens destes.
Tal fato é um exemplo de transferência que é uma manifestação do inconsciente e como tal, pode nos deixar em armadilhas como nos atos falhos, pois através da transferência podemos nos inclinar ou rejeitar pessoas que estão à nossa volta sem aparentemente sabermos os motivos. Os pais, na visão da criança donos de todo o conhecimento, têm suas posições deslocadas para os professores, que devem por isto estar ciente deste processo psicanalítico, para que possam lidar da melhor forma possível a favorecer a construção do conhecimento.
Dessa forma, sentimentos de simpatia ou rejeição gratuitos que tanto o professor pode sentir em relação a algum aluno e algum aluno em relação ao professor, podem ter origem nesta premissa, já que “os relacionamentos posteriores são obrigados a arcar com uma espécie de herança emocional (...) Todas as escolhas posteriores de amizade e de amor seguem a base das lembranças deixadas por esses primeiros protótipos”.
Se o professor tratar o sujeito com distância e frieza, os aspectos afetivos serão valorizados, em detrimento do conhecimento a ser transmitido por ele. O professor não pode perder de vista que: “A transferência, construída na relação professor-aluno, pode incentivar no processo de aprendizagem dos alunos”.
O professor deve favorecer e estimular situações de envolvimento com os alunos, de aproximação, de contato, além de dedicar todo um cuidado à sua apresentação. Ele não deve limitar-se somente a tarefa de transmitir conhecimentos e tratá-los como alunos - objetos e assim desprover-se de quaisquer responsabilidades além do conteúdo. Os sujeitos que ali estão em suas aulas trazem mundos dentro de si, trazem seus históricos inconscientes, impulsos e forças reguladoras, além de forças identificatórias desejosas por encontrarem referenciais a construir. São sujeitos e assim devem ser considerados, respeitados e ouvidos, além de alimentados por imagens positivas.
O professor será ouvido quando estiver revestido de uma importância especial para seu aluno e este se tornará ainda mais especial quanto mais acreditar ser o seu aluno também especial. Graças a essa confiança mútua, o mestre passa a ter em mãos um poder de influência sobre o aluno e vice-versa.
O educador não pode perder de vista este embasamento que a psicanálise oferece, para que possa estar cada vez mais capacitado e apto a agir da melhor maneira em nome do alcance de seus objetivos: favorecer a construção do conhecimento, da cidadania, da ética e a da arte em seus alunos.

“Somente alguém que possa sondar as mentes das crianças será capaz de educá-las”
 
Sigmund Freud



Bibliografia

CHAUÍ, Marilena. Convite á filosofia; São Paulo,Ática,1994. Pag165-169.
NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de filosofia:das origens á idade moderna;São Paulo,Globo,2005. Pag 420-431
HERRMANN, Fábio. O que é psicanálise; São Paulo,Abril,1984(coleção primeiros passos,12) Pag 33-36.
ZIMERMAN,David E. Fundamentos psicanalíticos: teoria,técnica e clínica-uma abordagem didática; Porto Alegre; Artmed,1990.
BOCK,Ana Mercês. Psicologia:Uma introdução ao estudo da psicologia,13°edição,1999. Pag 70-82
GRÜNSPUN, Haim. Distúrbios Neuróticos da criança.4°edição.
HALL,Calvin S. Teoria da personalidade. 4°edição. Editora Artmed. Porto Alegre 2000.
Site: http://www.cobra.pages.com.br
http://fundamentosfreud.vilabol.uol.com.br

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